O Papa convidou este domingo os fiéis
de todas as Igrejas e religiões, as pessoas que não crêem e todos os
homens e mulheres de boa vontade a praticarem o jejum e a oração no dia 7
de setembro, em favor da Síria. Visivelmente preocupado, Francisco
dedicou inteiramente seu encontro de domingo à situação no país
médio-oriental, onde a guerra civil já matou mais de 100 mil pessoas em
três anos. Foi a primeira vez que o Papa não fez alguma menção à
liturgia do dia antes de rezar a oração mariana do Angelus no Vaticano.
A
multidão que lotava a Praça São Pedro ouviu as palavras do Pontífice
com atenção e aplaudiu a decisão de Francisco de promover o “Dia de
oração e jejum pela Síria”: “Decidi convocar toda a Igreja, no dia
7 de setembro, vigília da Natividade de Maria, Rainha da Paz, para um
dia de oração e jejum pela paz na Síria, no Oriente Médio e no mundo
inteiro. Convido a unir-se a esta iniciativa, do modo que considerarem
mais oportuno, os irmãos cristãos não-católicos, os fiéis de outras
religiões e todos os homens de boa vontade”.
Logo ao chegar ao
balcão, depois do tradicional “Bom dia” dirigido ao público, Francisco
disse que queria interpretar o grito que “se eleva de todos os cantos e
povos da terra, do coração de cada um e da única família, que é a
humanidade: o grito da paz”.
“Nunca mais a guerra! A paz é um dom precioso demais; deve ser promovido e tutelado”.
Evocando
as “terríveis imagens” vistas nos últimos dias na Síria, o Papa disse
estar angustiado pelos “dramáticos eventos que ainda podem acontecer” e
fez um apelo por negociações e contra o uso de armas, condenando a
utilização de gases químicos: “Pensemos em quantas crianças não
poderão ver a luz do futuro! Com firmeza especial, condeno o uso de
armas químicas. Existe o juízo de Deus e também o juízo da História
sobre as nossas ações, e a estes ninguém pode se subtrair! O uso da
violência nunca gera paz. Guerra chama guerra, violência chama
violência! Com toda a minha força, peço aos envolvidos neste conflito
que ouçam as suas consciências, que não se fechem em seus interesses,
mas que vejam o próximo como seu irmão, que empreendam com coragem e
decisão o caminho do encontro e das negociações, superando cegas
contraposições. Exorto com igual firmeza a Comunidade Internacional a
fazer todo esforço para promover e não protelar iniciativas claras pela
paz, baseadas no diálogo, pelo bem de todo o povo sírio”.
Francisco
pediu ainda que não se poupem esforços para garantir assistência
humanitária aos afetados por este terrível conflito, especialmente aos
desalojados no país e aos inúmeros refugiados nos países vizinhos. E que
aos agentes humanitários seja assegurada a possibilidade de prestar a
ajuda necessária.
“E nós, o que podemos fazer pela paz
no mundo?”
“Aqui, de 19h até meia-noite, vamos
nos reunir em oração e em penitência para invocar de Deus este grande
dom para a amada nação síria e para todas as situações de conflito e de
violência no mundo. A humanidade precisa ver gestos de paz e ouvir
palavras de esperança e de paz!”.
Papa Bergoglio terminou com
uma oração a Maria, para que nos ajude a responder à violência, ao
conflito e à guerra com a força do diálogo, da reconciliação e do amor. E
pediu às Igrejas particulares que promovam iniciativas semelhantes de
reflexão, oração e sensibilização para a situação na Síria.
"Rezemos pela paz: a paz no mundo e no coração de cada um".
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