domingo, 24 de novembro de 2013

O Milagre da Escada de São José


 
Tudo o que pedirdes com fé na oração,
 vós o alcançareis.
(Mt. 21, 22)



Há na cidade de Santa Fé, no Estado do Novo México, EUA, uma capela conhecida como Loretto Chapel. Nela destaca-se uma bela e despretensiosa escada. A piedade tradicional atribui a construção a São José.
Em 1898 a Capela passou por uma reforma. Um novo piso superior foi feito, porém faltava a escada para subir. As Irmãs consultaram os carpinteiros da região e todos acharam difícil fazer uma escada numa Capela tão pequena.
As religiosas, então, rezaram uma novena a São José para pedir uma solução. No último dia da novena, apareceu um homem com um jumento e uma caixa de ferramentas. Ele aceitou fazer a escada, porém exigiu que fosse com as portas fechadas.
Meses depois a escada estava construída como queriam as Irmãs. No momento de pagar o serviço, o homem desapareceu sem deixar vestígios. As religiosas puseram anúncios no jornal local e procuraram por toda a região sem encontrar quaisquer notícias ou informações sobre o ignoto carpinteiro. Nesse momento as Irmãs perceberam que o homem poderia ser São José, enviado por Jesus.
Há vários elementos que reforçam a aura de piedoso mistério que envolve a construção da escada: A madeira utilizada não é da região, e ninguém sabe como foi parar lá. Também não foi utilizado prego na escada, apenas pinos de madeira.
Além do mais, hoje soa misterioso que ela se mantenha em pé pois é do tipo caracol e não tem apoio central. Na verdade apenas um apoio colateral metálico foi acrescentado a posteriori que não resolve a essência do incógnita. Diz-se que engenheiros e arquitetos não conseguiram desvendar a física por trás da obra.
Por fim, a escada tem 33 degraus, a idade de Jesus Cristo, o que reforça ainda mais a suposição de um fenômeno de origem sobrenatural.
A Capela recebe em média 200 casamentos e mais de 250 mil visitantes por ano. Ela ficou conhecida como a Escada Milagrosa. Grande número de artigos e programas de TV foram dedicados a ela e seus “mistérios”. 

 São José, rogai por nós!

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Templos Episcopais


Os templos católicos subdividem-se em subcategorias distintas e,  conforme as suas características e peculiariedades  é  podemos determinar a categoria em que cada um deles está enquadrado, conforme veremos a seguir:

1. Basílica - Igreja de grande porte, privilegiada com relíquias de um ou mais  santos,  e que possua grande influência sobre determinada região geográfica ou país e seu acentuado caráter espiritual que exerce sobre religiosos e leigos de uma jurisdição eclesiástica.    A Basílica de São Pedro, por exemplo,  reúne estas condições e possui condição ímpar, uma vez que o Papa, como chefe da Igreja, exerce pleno poder e jurisdição  eclesiástica sobre todo o mundo católico.    


2. Catedral - É a Igreja episcopal, cujo dirigente maior é o Bispo que exerce sobre os Párocos das igrejas de sua diocese,  repassando, com sua autoridade eclesiástica, as diretrizes firmadas pelo Papa.  Nas catedrais é que são sepultados  os bispos de uma determinada Diocese e  esta é a condição para que uma igreja seja designada "Catedral".   


3. Igreja - É um templo católico, normalmente,  com qualidade de Paróquia, onde o Vigário e/ou Pároco, exercendo sua autoridade religiosa,  confirma e repassa as instruções episcopais aos religiosos ou fiéis que estão sob sua jurisdição eclesiástica.


4. Capela - Templo católico que comporta, normalmente, só um altar, caracterizada pela sua modesta estrutura física, onde o padre exerce suas funções, normalmente de forma itinerante, estando subordinada  e pertencendo a determinada paróquia.


5. Santuário - Igreja ou paróquia digna de apreço pelas relíquias que contém, normalmente do padroeiro de uma cidade ou Estado, pela  afluência de devotos ou sinais visíveis de grandes graças daí obtidas.

terça-feira, 12 de novembro de 2013

Céu, Purgatório e Inferno

 O juízo  particular decide a sorte da  alma na eternidade: Ou será destinada ao Céu, ou ouvirá a terrível sentença de morte  eterna, o Inferno.  Aquelas almas, porém, que não apresentam a  pureza necessária para poderem ser  admitidas no Céu, devem descer ao lugar da purificação,  ao Purgatório.   É o que veremos nos  sub-tópicos seguintes:
 
 
 CÉU (PARAÍSO) 
 
É o lugar  onde encontra-se Deus, a Santíssima Trindade  com seus anjos e com seus santos.  "Os olhos não viram, nem ouvidos ouviram, nem o coração humano jamais imaginou, o que Deus tem preparado para aqueles que o amam" (1Cor 2, 9).  Estas palavras servem, muitas vezes de referência, para se  descrever a  glória de  nossa  vida eterna junto de Deus. Entretanto, por mais  estranho que pareça, tratam diretamente da fé nesta terra. A paz, o perdão, a união vital com Cristo: Isto constitui o início do Céu. A felicidade eterna começa, em certa medida, no meio das necessidades  e  tribulações desta vida. Essa alegria desabrochará, plenamente, no Paraíso. 
 
Os trechos mais extensos  que descrevem a  vida eterna, encontram-se no Apocalipse ou "Livro da Revelação".  Contém  ardente esperança dos primeiros  cristãos, a cuja luz podemos  acender a  nossa, sem que, para tanto, seja preciso entendermos o sentido exato de cada frase. Esses trechos do Apocalipse são ecos das palavras com que os profetas de Israel contaram a salvação vindoura, em imagens maravilhosamente paradisíacas, cujo núcleo é:  A presença salvadora de Deus. Assim, por exemplo, passagens  do fim do livro de  Isaías. 
 
Temos  a  Sagrada Escritura, num todo, como ponto de partida que enche o coração de alegria e  esperança e que vivencia o elemento constitui da felicidade celeste, isto é, a salvação. Jesus chama a seus  amigos pelo nome. Essa atenção é repleta da promessa de que o Paraíso não consistirá em espécie de letargia perpétua da  personalidade  humana, mas pelo contrário, seu desdobramento  consumado, na luz do Deus dos  vivos, a  meta da perfeição finalmente alcançada. 
 
Por conseguinte, a Igreja  edificada por Cristo nos proporciona todos os meios, todos os instrumentos para alcançarmos o Paraíso. A consciência católica neste contexto, assume um caráter  particular. Apesar do plano da salvação atingir, por preceito do Senhor,  a humanidade inteira,  para nós católicos é cristalino o conceito de não ser possível salvar-se buscando outras doutrinas. Nisto se resume o conceito de que  "fora da Igreja não há salvação", ou seja,  só a Igreja católica possui todos os meios, nada lhe falta, porque é Santa, edificada por Deus. Foi Cristo quem estabeleceu, conferindo a  São Pedro a primazia  e  o poder das chaves: "E eu te declaro: Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja e as portas do inferno não prevalecerão contra ela"  (Mt 16, 18);  "Eu te darei as chaves  do Reino dos céus: tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus" (Mt 16, 19);   também deixa  explícito que o testemunho de Pedro será de morte: "Em verdade, em verdade te digo:  Quando eras mais moço, cingias-te e andavas  aonde querias. Mas quando fores velho, estenderás as  tuas mãos, e outro te cingirá e te levará para onde não queres." O cunho profético desta última passagem estende tal testemunho aos seus sucessores, que  tombaram em defesa  da fé;   praticamente  todos  eles,  até  o 26º Papa (ano de 274), receberam a  coroa  do martírio. Isso sem falar nas constantes  perseguições registradas no decorrer de sua história até os dias atuais.  Que trajeto encantador, que dedicação exemplaríssima deixaram nossos  santos, na defesa dos princípios e constância na prática da religião, na luta gigantesca contra o paganismo,  superstições, heresias, enfim, contra as forças que inutilmente se levantaram tentando macular a Igreja de Cristo!
 
Pode ser que Deus nunca venha a exigir de nós o sacrifício de  confessar e defender a fé  em circunstâncias tão graves e difíceis como exigiu dos nossos  santos antepassados, de termos de escolher entre a morte ou à apostasia. O que Deus, porém, nos exige, é uma vida de acordo com os  ensinamentos da santa religião.  Não precisamos defender a fé perante juízes pagãos, mas perante à família, à sociedade,  dando o exemplo de católicos praticantes.  Devemos recorrer  às virtudes da humildade, caridade, mansidão, paciência e muita fortaleza quando surgirem as adversidades. Perseveremos na fé do Senhor até o fim, até o dia  do desenlace, certos de que não foram vãs as lutas perpetradas contra o mal,  pelo contrário,  aí reside  o triunfo eterno dos justos, a glória, o Paraíso eterno.  
 
 
 PURGATÓRIO 
 
Entre as almas do Purgatório há muitas, que nunca na vida normal cometeram um pecado grave. Por não terem satisfeito à justiça divina pelos pecados veniais com que a  ofenderam, são retidas no lugar da purificação até que tenham feito expiação do último, porque no Céu nada de impuro pode entrar. 
 
 Existem passagens  na Bíblia que indicam claramente  a  existência do Purgatório. Vejamos algumas:  "O servo que, apesar de conhecer a  vontade de seu Senhor, nada preparou e lhe desobedeceu, será açoitado com numerosos  golpes. Mas aquele que, ignorando a  vontade de seu Senhor, fizer coisas repreensíveis, será açoitado com poucos golpes"(Lc 12, 47-48).  "Ora, quando fores  com o  teu adversário ao magistrado, faze o possível para entrar  em acordo  com ele pelo caminho, a fim de que ele não te arraste ao juiz e  o juiz não te entregue ao executor, e o executor não te ponha na prisão. Digo-te: Não sairás dali até pagares o último centavo". (Lc 12, 58 e 59).  No Antigo testamento em 2Mac 12, 43-46 também lemos  que se oferece sacrifício pelos  pecados dos mortos na guerra, que esperam a ressurreição.  
 
A oração pelos defuntos é tradição da Igreja. Para que serve essa oração? Porque, em geral, há ainda certa aversão,  má  vontade, indiferença no homem, mesmo quando morre em estado de graça. (Será que gostaríamos de encontrar no Céu, cada um de nossos  próximos, tal como o é agora?). Morrer significa também morrer  ao mal. Trata-se do "batismo de morte"com Cristo, no qual se consuma o batismo com água. 

No cânon da Missa deixa-se, todos os dias, um espaço para se mencionarem os nomes dos defuntos, dentro da  celebração do sacrifício da cruz pela comunidade da igreja. Depois da citação dos nomes, a oração prossegue: "Pedimo-vos, Senhor, dar-lhes a eles e a todos que repousam em Cristo, o lugar do refrigério, de luz e paz".    2 de novembro, "Dia de Finados", é uma ocasião de oração especial  pelos  defuntos. 
 
Quem entrou no Purgatório já está salvo, porém,  em constante estado de expiação e purificação das máculas que agregaram-se à alma durante nossa vida terrena.  No entanto, que isto não nos venha  servir de consolo ou de motivo para justificar  a prática de pequenos pecados. O homem deveria preferir a morte e o sofrimento a  decidir-se pecar; não só a cometer pecado grave como também a pecar levemente. Somos, assim,   tentados a não temer o Purgatório. Damo-nos por muito satisfeitos,  dizemos,  se Deus não nos condenar.  Há muitos  que confiam nas  orações e sufrágios dos parentes e amigos ou mais santas Missas, para cuja celebração providenciaram no testamento.  Devemos nos convencer que impunemente ninguém ofende a Deus e que o pecado leve é o caminho seguro para as culpas graves.  Ponderemos as  seguintes palavras de Tomás de Kempis:  "Não te fies demais nos amigos e  parentes e não proteles tua salvação para mais tarde; mais depressa do que pensas, se esquecerão de ti os homens". 
 
 Já que temos esta consciência, devemos marchar em direção oposta a tal inclinação;  não devemos nunca  deixar de rezar pelos  mortos, que dependem de nossas  orações e intenções nas celebrações  eucarísticas.  É muito bela  a  devoção às almas do Purgatório!  Agradável a Deus, proveitosa às pobres almas, é  utilíssima a nós mesmos.  Não fechemos nosso ouvido aos gemidos dos nossos  irmãos  que padecem no Purgatório. Eles levantam as mãos para nós, suplicando o nosso auxílio. Lá estão pais amorosos, que aos  filhos e à esposa dedicavam seus cuidados dia e noite. Lá estão muitas mães, que amavam os filhos e o marido tão ternamente. Irmãos, cuja morte  muito nos entristeceu. Amigos, que caminhavam conosco e tantas alegrias nos proporcionaram. A nós  se dirigem suplicantes: "Compadecei-vos de  mim, ao menos vós, que sois meus amigos, porque a mão do Senhor me tocou". (Jó 19, 21)  Demos o mesmo tratamento os inimigos mortos;   que divina reconciliação e alegria em plenitude, ao escutarem nossa  voz elevando-se em súplicas e orações!
 
 INFERNO 
 
Jesus  fala na possibilidade de alguém se perder para todo o  sempre. Uma "pena  eterna" (Mt 25,46).  Podemos  entender mal esta palavra:  Como se fosse  feita ao condenado injustiça ou desgraça, tal como é possível, quando se trata do castigo terrestre.  Por isso, é mais compreensível para nós designar a  mesma realidade por outro termo: "Pecado eterno". 
 
A situação de  frio endurecimento torna-se  eterna. Deus, amor, bondade, Cristo,  comunidade.... não lhe dizem nada e não o influenciam absolutamente. É a desordem consumada: O pecado levado à sua expressão total.  O definitivo fechar-se sobre si mesmo: Nenhum contato, nem com Deus, nem com os outros. É este o castigo do pecado: "A segunda morte" (Apoc 20.14). A Sagrada Escritura exprime-se com palavras tremendas:  Escuridão ou trevas, ranger de dentes, fogo.  Não devem ser interpretadas no sentido literal, material, mas nem por isso deixam de representar bem o horror de perder o fim da existência:  Desgraça irremediável, irreversível, o fracasso eterno.
 
Pensamos, às vezes: É impossível conciliar o inferno com o amor de Deus. Mas, precisamente, aqueles que  estavam compenetrados desse  amor de Deus, acreditavam no inferno. Em primeiro lugar, o próprio Jesus, que não se pronuncia a respeito dos condenados, mas à pergunta pelo número de salvos e condenados responde aos ouvintes com série  exortação, para que tomem o caminho que leva à vida. Aliás, Cristo não veio ao mundo e nem morreu na cruz por brincadeira, e nem sequer representa  uma figura meramente  humana, amorosa e pacífica, como muitos pensam.  Sua causa é seríssima, plenamente  grave e ao mesmo tempo impossível de ser assimilada pela inteligência humana. Veio para pregar a verdade energicamente, veio mostrar o caminho certo da salvação. Cada um aqui deve refletir e  tirar suas próprias  conclusões. O aviso de Jesus é uma graça para nós. Também os santos acreditavam no inferno, sem julgarem que se tratasse da contradição ao amor de Jesus. Santa Terezinha procurou resposta também na Justiça de Deus: "Ninguém está no inferno, sem o ter merecido". Por isso, não nos arroguemos em julgamento sobre coisa que não compreendemos. Não nos fabriquemos um Deus próprio irreal;  acreditemos nele, tal como se  revelou em Jesus, onde contemplamos o amor do Pai até ao extremo;  mas de sua boca ouvimos também estas palavras: "Não temais aqueles que podem matar o corpo, mas não a alma. Antes temei aquele que pode perder, no inferno, tanto a alma como o corpo" (Mt 10,28). 
                 
 Nas cenas do Juízo Final, nas catedrais medievais, o gesto condenador é este:  Jesus mostra as cinco chagas. Sem palavras, quer dizer: "Veja o que eu fiz! Que mais podia fazer?"
 
 Não devemos deixar de  ensinar essa doutrina de reprovação às crianças. Mas seria grave erro usá-la como ameaça, como se elas  pudessem ir também para esse lugar. Tudo tem seu tempo.  O aviso de Jesus dirige-se  contra os  adultos que endurecem seus ouvidos. E tem apenas uma finalidade, finalidade de salvação: Apelo à aversão pelo pecado e  ao desejo de tudo quanto faça do homem um homem bom;  apelo à confiança nele, que é o caminho para a vida. 

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

O Milho Premiado

Essa é uma história de um fazendeiro bem sucedido.
Ano após ano ele ganhava o troféu "Milho Grande" da feira da Agricultura do município. Entrava com seu milho na Feira e saía com a faixa azul recobrindo o seu peito. O seu milho era cada vez melhor.
Numa dessas ocasiões um repórter de jornal ao abordá-lo após a tradicional colocação da faixa ficou intrigado com a informação dada pelo entrevistado sobre como costumava cultivar o seu qualificado e valioso produto.
O repórter descobriu que o fazendeiro compartilhava a semente do seu milho gigante com os vizinhos.
Indagou o repórter: Como o senhor pode dispor a compartilhar a sua melhor semente com seus vizinhos, quando eles estão competindo com o seu a cada ano?
O fazendeiro pensou por um instante e respondeu: Você não sabe? O vento apanha o pó do milho maduro e o leva de campo para campo. Se meus vizinhos cultivam um milho inferior, a polinização degradará continuamente a qualidade do meu milho. Se eu quiser cultivar milho bom eu tenho que ajudar os meus vizinhos a cultivarem milho bom.
Ele estava atento. Olha que sabedoria do fazendeiro! O milho dele não poderia melhorar se o milho do vizinho também não tivesse a qualidade melhorada.
Assim é também outras dimensões de nossa vida, aqueles que escolhem estar em paz devem fazer com que seus vizinhos estejam em paz, aqueles que querem viver bem têm que ajudar os outros para que vivam bem. E aqueles que querem ser felizes, têm que ajudar os outros a encontrar a felicidade, pois o bem estar de cada um está ligado ao bem estar de todos.

Vamos todos ajudar nossos vizinhos a cultivarem um milho melhor?

Que Deus te abençoe e Maria lhe proteja!

domingo, 10 de novembro de 2013

Mude as Suas Palavras, Mude o Mundo!

O que eu tenho dito ao mundo? Estou dizendo as coisas certas? Será que não há uma forma melhor de dizer isso?


Deus certamente está ao seu lado. E você está do lado dEle?


Shalom!

sábado, 2 de novembro de 2013

Dia de Finados


Os cristãos batizados são convidados a santificar-se e os que decidem viver plenamente o mistério pascal de Cristo não têm medo da morte.


 A Igreja, guardiã e intérprete da divina Revelação, ensina que todos os que morrem na graça de Deus e entram na vida eterna não rompem suas relações com os irmãos que sobrevivem: vivos e mortos, santificados pelo mesmo Espírito, formam o Corpo Místico de Cristo, a Igreja.

Igreja triunfante, celebrada no dia anterior a este, com a solenidade de Todos os Santos; Igreja militante, peregrina sobre a terra, a caminho do Reino prometido por Cristo aos redimidos; e Igreja da purificação, um estado intermediário, temporário, que tem seu fundamento na Revelação.

São Paulo, na Primeira Carta aos Coríntios, para esclarecer essa verdade, usa a imagem de um edifício em construção: entre os operários há aquele que faz um trabalho cuidadoso, perfeito e usa bom material; e há o que, pelo contrário, ao bom material mistura madeira ou palha. Houve tempo em que as casas dos pobres tinham telhado de palha sustentado por frágeis traves. Na metáfora paulina, aquela madeira ordinária e aquela palha são a vanglória e o pouco zelo no serviço do Senhor. Na hora da verificação, acrescenta são Paulo, isto é, na prova do fogo, a palha desaparecerá, mas “se a obra contruída [...] subsistir, o operário receberá uma recompensa. Aquele, porém, cuja obra for queimada perderá a recompensa. Ele mesmo, entretanto, será salvo, mas como que através do fogo”.

A estas almas, imersas na chama purificadora à espera da plena bem-aventurança celeste, a Igreja dedica neste dia uma recordação particular, para soldar com a caridade do sufrágio aqueles vínculos de amor que ligam vivos e mortos na mística união com Cristo. Em 1915, Bento XV estendeu a todos os sacerdotes o privilégio — concedido em 1748 apenas à Espanha — de celebrarem três missas em sufrágio dos mortos.

Na liturgia de hoje, a Igreja condensa em três palavras a resposta à interrogação sobre a “vida além da vida”: vita mutatur, non tollitur, a vida continua. São as palavras de Jesus: “Eu sou a ressurreição. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá. E quem vive e crê em mim, jamais morrerá” (Jo 11,25-26). E, sempre no evangelho de João (6,54.58), Jesus insiste na mesma verdade consoladora: “Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia... Este é o pão que desceu do céu. Ele não é como o que os pais comeram e pereceram; quem come este pão viverá eternamente...”

“Nós cremos que o Verbo de Deus Pai, que é a vida por natureza, tendo-se unido ao corpo animado de uma alma racional, gerado pela Virgem Santa, tenha-o tornado vivificante, com esta inefável e misteriosa união, para que, fazendo-nos participar dele, espiritual e corporalmente (por meio da eucaristia), eleve-nos acima da corrupção (são Cirilo de Alexandria, Ad. Nestor. 4,5).

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Dia de Todos os Santos


Festa de Todos os Santos

 “Alegrando-se todos no Senhor nesta solenidade...”: assim reza a antífona de entrada. É a Igreja militante que honra a Igreja triunfante e presta à incomensurável multidão de santos que povoam o Reino dos Céus a homenagem que ela não pode prestar individualmente a cada um deles — como sucede no calendário cristão.

“Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o Reino dos Céus”, promete Jesus no sermão da montanha. Quem são os pobres, segundo Jesus? São as “testemunhas de Deus”, para usar uma expressão de Isaías. Com os pobres, apoderaram-se do Reino dos Céus os mansos, os puros de coração, os misericordiosos, os pacíficos, aqueles que sofrem e que têm fome e sede de justiça, em um mundo no qual vige sempre a lei do mais forte, os perseguidos por causa da justiça e todos quantos são vítimas inocentes da calúnia, da maledicência, da pública ofensa ou do vilipêndio dos manipuladores da opinião pública.

Podemos encontrar esses sinais em todos os santos que tiveram fé na promessa do Reino dos Céus: a vergonha das violências, dos ultrajes, das torturas e humilhações de que foram alvo, e sobretudo da prova extrema do martírio, da dor física e moral, da aparente derrota do bem e do triunfo dos maus. Os fiéis são convidados a alegrar-se e a exultar com todos esses santos que “passaram à melhor vida”.

A fé nos assegura, diz são Paulo, que somos realmente filhos de Deus e herdeiros do reino, mas esta realidade não é plenamente completa em nosso corpo de carne. Vivemos na esperança, e esta se torna certeza em razão do que cremos.

A origem dessa festa remonta ao século IV. Em Antioquia, celebrava-se no primeiro domingo depois de Pentecostes. No século VII, a data foi fixada em 13 de maio, Dia da Consagração do Panteão a santa Maria dos Mártires. Naquele dia, fazia-se descer da clarabóia da grande cúpula uma chuva de rosas vermelhas. Gregório IV removeu a celebração para o dia 1º de novembro, depois da colheita de outono, quando era mais fácil encontrar alimento para os numerosos peregrinos que, depois dos trabalhos do verão, dirigiam-se em peregrinação à Cidade dos Mártires.